terça-feira, 25 de março de 2008

Debussy - 90 anos depois


Hoje comemoram-se 90 anos da morte de uma dos grandes inovadores da música do fim do século XIX e princípio do século XX: Claude Debussy. Que eu tenha reparado, nem uma linha foi publicada nas páginas de cultura dos jornais diários sobre a efeméride. Debussy abriu as portas da modernidade musical e das revoluções estéticas que irromperam a partir da primeira Guerra Mundial: primeiro com o Impressionismo (movimento de que fez parte mas que sempre rejeitou), depois com o contributo de Stravinsky e desembocou na vanguarda de compositores como Edgar Varèse, Charles Ives ou John Cage. Debussy renovou a linguagem harmónica, criou novas sucessões de acordes, compôs linhas melódicas de grande sensualidade e explorou novas possibilidades rítmicas. Bastaram duas composições para que o nome de Debussy fosse inscrito nos manuais da Historia da Música: “Pelléas et Melisande” e o sublime poema sinfónico “Prélude à L'après-Midi d'un Faune”, baseado num poema de Mallarmé e transposto para bailado por Vaslav Nijinski em 1912.
90 anos depois, a música de Debussy permanece actual e moderna.

2 comentários:

Anónimo disse...

E as peças «Images I e II», interpretadas pelo Arturo Benedetti Michelangeli, são um dos acontecimentos ímpares do séc. XX.

Unknown disse...

Em Novembro do ano passado fui ver o concerto de Jane Birkin a Aveiro. Foi a última vez que ouvi falar em Debussy. Segundo ela, o compositor favorito de Gainsbourg e homenageou ambos interpretando a que disse ser a canção favorita de Serge, um tema de Debussy baseado num poema de Prévost. Talvez o momento mais belo do concerto. Lindíssimo!
jPinto